Berlin
Após passar cinquenta anos dividida, Berlin voltou a ocupar o lugar que a história sempre lhe reservou, o de uma das principais capitais do mundo. Isto já sabíamos ao chegar lá. O que ainda não sabíamos é que, emergindo recentemente de um passado tão tumultuado, ela teria a capacidade de reerguer-se e apresentar-se novamente, tão rápido, como uma cidade surpreendentemente bonita e dinâmica. E ainda mais, que ela permanece com a capacidade de continuar mudando, inovando, acrescentando, sempre, sempre, sempre.... |
Nosso hotel ficava situado no que antigamente correspondia à Berlin oriental. Esta parte da cidade vem sendo sistematicamente submetida a uma série de melhoramentos, tanto nos transportes como na infra-estrutura turística e comercial. Diversos bons hotéis e zonas comercias excelentes surgiram no que antigamente era um reduto comunista, onde uma simples Coca Cola era algo impensável (por falar nisso, você assistiu o Filme Adeus Lênin? É uma excelente comédia dramática, e retrata aspectos da vida da cidade e seus habitantes por ocasião da passagem do sistema comunista para capitalista, em 1989). Nesta parte da cidade, na região conhecida como Mitte, está situado um dos mais conhecidos monumentos de Berlin, construído durante o período comunista, a torre de televisão Fernsehturm. Pegue o elevador e vá até o topo, onde está localizado um mirante de onde é possível ver toda a cidade em volta. Também há um restaurante, no andar superior. Quase sempre há filas, mas a espera vale a pena. Se quiser comprar algumas lembranças, na base da torre há uma lojinha vendendo todo tipo de lembranças turísticas de Berlin |
Depois que descer da torre Fernsehturm vá até a praça ao lado (onde batemos a foto acima), situada em frente ao famoso prédio vermelho da Rotes Hauhaus. Desde 1860, quando foi construída, esta tem sido a sede da prefeitura de Berlin, e seu formato, retangular com uma torre em estilo clássico no centro, é um mais conhecidos ícones da cidade. Durante o período em que a cidade esteve dividida, ela serviu como sede do governo municipal de Berlin Oriental, mas após a unificação da cidade, ela voltou em 1991 a ser a única prefeitura da cidade.
Siga então pela avenida Karl Liebnecht apreciando o movimento em volta e em pouco tempo você estará chegando à belíssima catedral da cidade, a Berliner Dom. Não deixe de visitar seu ricamente decorado interior, e apreciar o imenso órgão, bem como o púlpito em estilo neobarroco, os vitrais e os sepulcros dos membros da família real, situados no sub solo.
Prosseguindo a caminhada e cruzando o rio Spree (neste ponto você tem a alternativa de embarcar num passeio turístico por suas águas, as embarcações tem seu ponto de saída num cais quase em frente à catedral), você chega à avenida Unter den Linden, que pela elegância de seus prédios, faz logo lembrar de outros endereços nobres, como o Champs Élysées de Paris. Aqui estão diversos estabelecimentos comerciais, bons restaurantes com mesas nas calçadas, bares, livrarias, lojas vendendo lembranças para turistas, embaixadas e ainda os belos prédios da Ópera, Biblioteca Nacional e Universidade Humbolt. Este é o lugar certo para fazer umas comprinhas sem gastar muito e almoçar. Sugerimos o simpático pub Westin Grand Berlin (Friedrichstrasse, quase esquina com Unter den Linten), com rústicas mesas de madeira na calçada, pratos que dão para duas pessoas, e garçons com muita paciência para ajudar quem não fala alemão
A foto ao lado foi batida na Potsdamer Platz, praça que, em outras eras, constituía um setor nevrálgico de uma Berlin dividida. Por estar situada próxima à zona de transição entre os setores russo e americano a Potsdamer Platz tornou-se um tipo de terra de ninguém, sem atrativos e sem vida. Nos últimos anos ela como que renasceu. Diversas construções a transformaram numa área moderna e movimentada. Em destaque na foto está um dos blocos pré-moldados que formavam o tristemente famoso Muro de Berlin. Na verdade, se você deseja ver o muro de Berlin é melhor se apressar. Embora ele tenha deixado politicamente de existir em 1989, ainda contou com uma existência suplementar em diversos pontos da cidade. Aos poucos este símbolo da guerra fria foi sendo demolido, e hoje em dia, o pouco que restou são trechos como este, mantidos em pontos espalhados pela cidade, a título de marco histórico e também, subliminarmente, como alerta sobre os malefícios a que podem conduzir escolhas políticas equivocadas. |
Nunca é demais relembrar que o muro surgiu como decorrência direta da chegada de Hitler ao poder na Alemanha, em 1933. Derrotada em 1945 pelos aliados, a Alemanha foi dividida entre americanos, soviéticos, franceses e ingleses. A exemplo do que ocorreu com o país, a capital Berlin também foi dividida em quatro partes, igualmente administradas, respectivamente, por Estados Unidos, União Soviética, França e Inglaterra.
Ocorre que Berlin estava situada dentro da zona alemã administrada pelos russos. Isto criou para a cidade uma situação estranha, pois ela passou a constituir uma ilha capitalista rodeada por um território comunista, ou, em outras palavras, um ponto de influência americana no coração de um território satélite soviético.
A distância entre o território da Alemanha Ocidental e sua filial, Berlin Ocidental, era superior a 100 km, e esta ligação era feita por estradas de ferro e rodagem, através da Alemanha comunista. Este enclave democrático no centro do território comunista passou a incomodar tanto os líderes soviéticos, que eles decidiram adotar uma medida extrema: Em 24 de junho de 1948 foi decretado um bloqueio de Berlin Ocidental. Nada mais poderia entrar na cidade.
Com isto os comunistas esperavam que, sem alimentos ou provisões, os 2,5 milhões de habitantes de Berlin Ocidental capitulariam, os americanos desistiriam de sua metade, e logo toda Berlin seria comunista. Mas a resposta americana veio dos céus. Foi estabelecida uma ponte aérea entre Berlin e a Alemanha ocidental, que passou a levar cinco toneladas de mantimentos por dia. A cada 3 minutos um avião aterrissava na cidade, levando todas as provisões necessárias à sua população.
Como o bloqueio acabou sendo um fiasco, em maio de 1949 o ditador russo Stalin decidiu suspendê-lo. No entanto, em 13 de agosto de 1961, os soviéticos tem uma nova idéia. Decidem construir, da noite para o dia, um muro, isolando o lado aliado do resto da cidade. Ao contrário do que muitos pensam, o muro não separava apenas as duas metades da cidade. Na verdade ele era ainda mais extenso, e contornava toda a Berlin aliada, isolando-a do território comunista à sua volta. Na visão dos soviéticos isto impediria o vírus democrático de espalhar-se para o resto da Alemanha oriental. Clique e veja o mapa do Muro de Berlin em 1963.
Famílias, amigos, parentes, trabalhadores e centenas de milhares de outras pessoas foram pegas de surpresa na manhã do dia 13 de agosto de 1961, e muitos daqueles que por infelicidade moravam em lados opostos do muro, foram obrigados a passar 28 anos sem se rever, já que os comunistas não permitiam a livre passagem entre os dois lados da cidade.
Por estas e outras é que esta cidade tornou-se, ao longo de décadas, o principal foco da chamada guerra fria entre russos e americanos, e em determinados momentos esteve à beira de deflagrar uma guerra nuclear entre as duas potências.
Existiam oito pontos de passagem no muro de Berlin. Nestes locais era permitido a alguns moradores de Berlin Ocidental, em ocasiões festivas como Natal, atravessar o muro e visitar Berlin Oriental. Moradores de Berlin Oriental, no entanto, eram absolutamente proibidos de visitar o lado ocidental. Estes pontos de passagem, chamados pelos americanos de Check Points, eram na prática muito mais do que uma porta. Eram na verdade o ponto nevrálgico onde dois sistemas políticos opostos e inimigos eram obrigados, pela força das circunstâncias, a se encontrar. O mais destes pontso de passagem ficou conhecido como Check Point Charlie, local onde fizemos a foto ao lado e no auge da guerra fria o clima aqui não era exatamente amistoso. Hoje em dia, estudantes vestidos com uniformes de militares americanos, russos e ingleses apresentam uma reconstituição daquela época difícil frente a sacos de areia, e posam ao lado de turistas que não se incomodem em lhes dar uma contribuição. |
Em frente a Check Point Charlie está situado um museu tão interessante quanto doloroso, o Museum Haus am Checkpoint Charlie. Percorrendo seus aposentos podemos ver centenas de fotos, documentos, vídeos e muitos outros objetos relacionados ao muro de Berlin. Especialmente tocante é ver as desesperadas e inventivas formas utilizadas por alguns moradores de Berlin Oriental, tentando escapar do lado comunista. Alguns cruzaram os postos de passagem dentro de malas ou em esconderijos sob o motor de automóveis. Muitos foram bem sucedidos, outros morreram tentando escapar.
Embora seja um atrativo turístico para quem vai à Berlin, a verdade é que o muro traz muitas recordações dolorosas para seus habitantes mais antigos. Por isso os moradores da rua Bernauer relutaram muito ao saber que o governo não pretendia demolir o muro justamente neste trecho. Aqui foi construído um memorial, denominado Gedenkstatte Berliner Mauer, aproveitando um dos únicos setores intactos do muro a permanecerem em Berlin. Ao seu lado, um centro de documentação exibe detalhes da história do muro e da divisão da Alemanha. Faz parte do memorial a Igreja da Reconciliação, construída em 2000 no mesmo lugar onde a igreja original foi dinamitada pelos comunistas, em 1985. |
O conceito do monumento Gedenkstatte Berliner Mauer é surpreendente, e não espere encontrar estátuas ou coisas do gênero. O monumento consiste num retângulo murado pelos quatro lados. Uma das quatro paredes é formada pelo muro de Berlin (foto acima), e as outras três são paredes novas. Não existe acesso ao interior do retângulo. O espaço vazio no interior das quatro paredes é um trecho remanescente da Área Proibida, como era conhecida a faixa de terreno que corria paralela ao muro, uma verdadeira terra de ninguém e que tinha como finalidade evitar que moradores de Berlin Oriental se aproximassem do muro tentando fugir do lado comunista. A área proibida era patrulhada por guardas armados, cercas de arame farpado e cães adestrados para ataque.
Hoje, este retângulo vazio representa um triste, mas eloqüente testemunho dos tempos negros da guerra fria, e a única forma de ver seu interior é subindo os quatro andares do centro de documentação, situado em frente, de onde uma plataforma fornece a visão completa daquele quadrado vazio e sem vida, onde ninguém pode entrar e de onde ninguém pode sair. Ao chegarmos lá estranhamos um pouco aquele monumento incomum, mas logo depois caiu a ficha e percebemos que nada poderia ser mais adequado para representar o verdadeiro significado daquele muro. A melhor forma de chegar ao local é de metrô, estação Bernauer Strasse.
1989 foi um ano de intensas mudanças na Europa do leste. Ocorrem passeatas, manifestações populares, pressões por eleições livres e importantes mudanças políticas. O líder russo Gorbachev apóia a transição para sistemas de governo mais abertos. A Hungria abre suas fronteiras para a Alemanha Oriental sem exigência de vistos. Forma-se aos poucos, um movimento que, tal qual uma fila de dominós, faz desabar um a um diversos governos totalitários do continente. E em 9 de novembro de 1989, os 28 anos de divisão de Berlin chegam ao fim, quando naquela mesma noite uma multidão em êxtase sobe no muro e abre seus portões. Os guardas nada fazem e assistem calados ao reencontro da população. Em toda cidade Berlinenses do leste e do oeste se encontram, comemoram, se abraçam, riem e choram. Ainda hoje, anos após aquela noite histórica, o muro foi demolido mas não esquecido, e é freqüente encontrar pela cidade trechos como o da foto ao lado, demarcando com pedras no chão os trechos onde erguia-se o muro. Muitos dos pedaços do muro demolido foram até mesmo transformados em souvenirs, vendidos em saquinhos plásticos para turistas. Mas dizem que se todos estes pedacinhos do muro colocados à venda fossem autênticos, o muro teria dado a volta ao mundo... |
Interessados em histórias e locais da segunda guerra mundial podem visitar um dos Bunkers de Hitler (na Niederkirchner Strasse), agora transformados em ruínas, ou então o museu História de Berlin (na Kurfurstendam Karree) que apresenta artefatos de várias épocas da cidade, desde o período nazista até a guerra fria. Outro endereço famoso é o Pergamon Museum, renomado por sua extensa coleção de artefatos históricos. Entre os grandes museus da cidade figuram em destaque o Deutsches Historisches Museum, onde toda saga da civilização germânica é apresentada. Após a visita almoce no Restaurant Eosander (Spandauer Damm 3), que tem um ambiente acolhedor, preços razoáveis um cardápio bom e variado, onde a culinária alemã, logicamente, é o destaque. E por favor não esqueça de pedir para acompanhar um daqueles imensos copões de cerveja! |
Se depois de visitar os museus você decidir fazer umas comprinhas, pode estar certo que não existe lugar melhor para isso na Alemanha do que em Berlin. Comece visitando (só visitando, porque os preços são impossíveis) a Kadewe, mais famosa loja de departamentos da cidade. Localizada na rua Kurfurstendam ela é há anos sinônimo de bom gosto e sofisticação. Quase em frente, não deixe de visitar também o Europa Centre, um dos principais centros comerciais de Berlin.
Turistas que não querem gastar mais do que o necessário, costumam encontrar preços mais convidativos na enorme loja de departamentos Galeria Kaufhof, com dois endereços em Berlin: Alexanderplatz e Ostbahnhof. De uma forma geral, a melhor área comercial da cidade está situada ao longo da avenida Kurfurstendam, pontilhada de lojas, centros comerciais, restaurantes e bares, seguida de perto pela Friedrichstrasse e pelo setor comercial que surgiu na Alexanderplatz.
Nenhum local representa mais Berlin do que o Portão de Brandeburgo, ao lado. Durante os 28 anos em que o muro dividiu a cidade, ele ficou situado numa zona de ninguém, o território inacessível aos moradores. Agora ele está de volta ao centro da vida urbana, mais imponente do que nunca. Construído no século 18, durante o reinado do Kaiser Friedrich Wilhelm II, o Brandenburger Tor é muito mais do que apenas um monumento e representa a própria união da Alemanha, onde agora todos podem ir e voltar onde e quando quiserem. É quase impossível passar entre suas seis colunas e não sentir um arrepio correndo pela espinha! |
Foto da principal região comercial da cidade, batida no canteiro central da avenida Kurfurstendam. A torre que aparece ao fundo é tudo que restou da Kaiser Wilhem Gedachtnis Kirche, igreja bombardeada durante a segunda guerra mundial. Nunca mais restaurada, ele parece destoar dos modernos prédios à sua volta, como uma lembrança permanente da destruição trazida pelas guerras. Bem à sua frente está situada a movimentada praça Breitscheid, onde você poderá encontrar dezenas de barraquinhas vendendo tira-gostos diversos, como crepes recheados, lingüiças, cachorros quentes e cervejas. |
Este é outro daqueles pontos clássicos em qualquer roteiro turístico de Berlin, o prédio do Parlamento (Reichstag). Situado a pouca distância do Portão de Brandeburgo, ele parece contar longas histórias sobre tudo que já viu à sua volta. Construído em 1894, serviu como sede da República de Weimar até 1933, quanto foi incendiado pelos nazistas. Com a derrota de Hitler em 1945, e invasão da cidade pelas tropas soviéticas, foi completamente destruído. Durante os anos de divisão do país, o parlamento ficou sediado na cidade de Bonn. |
Apenas após a reunificação da Alemanha, a capital voltou a ser Berlin, e começou-se a pensar na reconstrução do Reichstag. E dez anos após, em 1999, o prédio foi reinvestido de suas funções parlamentares. Visitantes agora podem subir pela engenhosa rampa que conduz ao topo do domo de vidro (situado por trás do pórtico de entrada, foto acima), e apreciar do alto o trabalho dos parlamentares. A filas costumam ser longas, mas a visita vale a espera.
Foto da Alexanderplatz, endereço tradicional da cidade, e atualmente uma de suas melhores áreas comerciais. À esquerda vê-se a fachada da loja de departamentos Galeria Kaufhof, rodeada pelos novos prédios construídos após a reunificação da cidade. Embora não haja verde nesta praça, o local costuma atrair muita gente, e é freqüente encontrar por aqui músicos de rua, jovens com cabelos coloridos e piercings, skatistas e muito movimento. Também nesta área estão diversos bons hotéis recém construídos. |
A melhor forma de transporte na cidade é de metrô (U-Bahn), que cobre praticamente todos os bairros. Compre o bilhete e valide ao entrar na estação. Não há roletas nas estações de embarque, e a tentação de viajar de graça pode surgir na cabeça, no entanto existe uma fiscalização atenta, e se você for pego viajando sem bilhete terá que pagar uma pesada multa.
Outro setor onde a cidade lembra uma moderna metrópole do novo continente é na região próxima a Postdamer Platz. Por aqui estão teatros, galerias, cinemas, centros culturais, salas de música, restaurantes, escritórios de empresas multinacionais e apressados executivos disputando espaço nas calçadas com as multidões de turistas. Aproveite e pegue um dos ônibus turísticos que passam por aqui e percorrem os principais pontos da cidade. Eles circulam a cada 15 minutos, e por um preço fixo você pode passear num deles, descer onde quiser, e depois pegar o próximo, quantas vezes quiser durante o mesmo dia. |
Quem gosta de palácios não precisa ir muito longe para visitar um deles. Basta pegar a linha U2 do metrô até a estação Sophie Charlotte Platz. Deste ponto em diante uma curta caminhada leva você até os portões de entrada do Palácio de Charlottenburg (Schloss Charlottenburg). Construído a partir de 1695, ele é o principal palácio da cidade, e serviu como residência de verão da imperatriz Sophie Charlotte. Lá está tudo aquilo que turistas e historiadores tanto apreciam em construções do tipo, como mobílias, pinturas, objetos de arte, e utensílios do dia a dia dos séculos passados. Não deixe também de dar uma caminhada pelos belíssimos jardins, situados na parte dos fundos do palacio. |
O principal parque de Berlin é também um dos maiores do mundo: Tiergarten. Seu nome deriva de uma floresta que existia nesta região, ainda no século 17, onde os soberanos tinham por hábito praticar o nobre esporte da caça. Em 1830 a floresta foi transformada num parque. Se você quiser atravessá-lo, pode por exemplo, tomar como ponto de partida o Portão de Brandenburgo, localizado à leste, e seguir sempre em frente até o Jardim Zoológico e Aquário da cidade, situados a oeste. Isto corresponde a uma caminhada de uns cinco ou seis km. O parque tem uma grande variedade de recantos, alamedas floridas, quadras para esportes, brinquedos infantis, etc, e costuma ser muito freqüentado pelos Berlinenses, sobretudo durante os fins de semana. Nos chamou atenção a grande quantidade de famílias islâmicas fazendo piqueniques no parque naquela tarde de domingo, facilmente identificáveis graças ao véu. Na parte central de Tiergarten está outro dos monumentos mais famosos da cidade, a Coluna da Vitória (Siegessaule), no topo da qual está uma imensa estátua representando a Deusa da Vitória. |
A Coluna da Vitória foi construída entre 1864 to 1873, seguindo um projeto de Johann Heinrich Stack, para comemorar a vitória Prussa (na época a Prússia era um estado autônomo, sendo mais tarde, com a união dos povos germânicos, integrada à Alemanha), na guerra com a Dinamarca. Inicialmente existia somente a coluna, sendo que imagem dourada com 8,3 metros de altura e peso de 35 toneladas foi instalada no topo da coluna para comemorar outras vitórias, desta vez sobre Áustria e França. O monumento costuma ser o ponto central de manifestações, sendo que em grandes eventos um mar de gente se forma à sua volta. Quem tiver pernas resistentes pode subir os 20 andares até o topo do monumento por uma estreita escada em caracol. Nós aceitamos o desafio, e depois de recuperar o fôlego pudemos apreciar, da plataforma superior, uma vista deslumbrante!
É difícil visitar Berlin e não parar em alguma rua ou esquina, olhar em volta e pensar em sua história recente e tudo que esta cidade já atravessou. Seduzida por um tirano, a cidade pagou caro o preço daquele monumental engano. Completamente arrasada ao fim da guerra, viu-se transformada em pilhas de escombros. Depois, com a guerra fria, foi partilhada e possuída pelas potências vitoriosas, tendo ainda que suportar durante 28 anos um ultrajante muro, separando vidas e pessoas. Foi apenas em 1989, graças à pressão de um povo que não suportava mais viver oprimido em sua própria terra, que o muro ruiu, demarcando para a Alemanha e sua capital o renascimento, não mais como metades, mas sim como nação indivisível e soberana. Hoje Berlim é novamente uma cidade fascinante, bela, movimentada, centro de cultura, tecnologia e artes, um dos principais centros urbanos do planeta. |