ATHENAS & ILHAS GREGAS

l
Atenas é uma daquelas localidades em que civilizações, culturas e épocas diferentes convivem no mesmo lugar. Caminhando por suas ruas pode-se, às vezes até esquecer que estamos num lugar com milênios de história, berço da democracia, local onde nasceram as Olimpíadas e primeiro centro das artes e ciências. Da matemática e medicina à filosofia e escultura. Mas este esquecimento é compreensível, já que as ruas, praças, carros e pessoas da capital da Grécia são praticamente iguais ao de qualquer outra cidade Européia. Mas se isto acontecer, basta elevar a cabeça e olhar para a colina onde está a Acrópole. Visível de quase todos os pontos da cidade, estas ruínas são uma lembrança permanente que estamos num lugar único e muito especial.
Se uma pessoa tivesse apenas um dia para visitar Atenas, seu passeio deveria sem dúvida começar pela Acrópole. É o mais antigo e importante monumento histórico da civilização ocidental. O ponto central do conjunto de prédios que formam a Acrópole é o Partenon, na foto ao lado. Sua construção data de 500 anos antes de Cristo. Na época, o local tinha como objetivo abrigar a estátua gigante da deusa Atenas, divindade venerada pelos gregos, e também servir como local de guarda dos tributos do estado.
Outros prédios históricos da Acrópole incluem o Erechtheion, famoso pelas estátuas das seis Cariátides, colunas esculpidas em mármore, na forma de seis jovens, e o prédio do Museu da Acrópole, onde está uma série de esculturas e relevos. É interessante observar que o prédio do Partenon, tal como foi originalmente projetado por Péricles há 2.500 anos, foi erigido totalmente em mármore, e ao contrário do que muitos pensam, não era branco, e sim completamente adornado com esculturas e pinturas coloridas. Infelizmente hoje, apenas o branco restou. 
Um item precioso, mas que não pode mais ser apreciado neste local são seus fabulosos frisos, esculturas que adornavam a parte superior das fachadas frente e fundos do prédio, inscritas em triângulos isósceles. A maior parte destas obras de arte foi destruída pelo tempo ou pelas guerras, por mais inconcebível que isto pareça. O que restou dos frisos, no entanto, foi serrado da fachada do Partenon no século 19 e transferido para uma galeria do British Museum, em Londres. Apesar de vir solicitando insistentemente há décadas, até hoje a Grécia não conseguiu a devolução destas obras de arte ao seu local original. Alegam os ingleses, que em Londres elas estão mais protegidas contra os efeitos do tempo ou eventuais instabilidades políticas. 
 
Esta vista aérea da cidade mostra, o conjunto da Acrópole, dominada pelo Partenon; e mais à direita o morro Likavittós, o mais elevado e melhor ponto de observação da cidade. Atenas é uma cidade grande, de acordo com o último censo, sua população é de quatro milhões de pessoas. A religião predominante é a Ortodoxa Grega, praticada por 98% das pessoas, sendo o restante predominantemente de muçulmanos. Circular pela cidade é fácil, há diversas linhas de ônibus elétricos, metrô e táxis em profusão.
Não perca tempo tentando entender a língua e escrita local. Para nós aquilo era tudo grego... Mas por terem consciência da dificuldade de seu idioma, grande parte das placas indicativas dos lugares mais importantes da cidade também são grafadas em inglês, o que ajuda muito. O clima na Grécia é característico do mediterrâneo sul, assim, durante grande parte do ano há bastante sol e calor.
Para caminhar pela cidade tome como referência a praça Syntagma, em frente à qual está situado o prédio do Parlamento. Ela é praticamente o centro da moderna Atenas, e dela irradiam-se diversas avenidas importantes, como a Vasilissis Sofias, Statiou e Ermou, cada uma conduzindo a um lado diferente da cidade. A oeste está o bairro de Monastiraki, à leste Kolonaki, ao norte a área moderna em torno da praça Omonia, e ao sul o interessantíssimo bairro Plaka. Depois de visitar a Acrópole, sugerimos que prossiga seu passeio conhecendo este último. 
O Plaka é a parte mais antiga da cidade, onde está o comércio tradicional, e que não pode deixar de ser visitado. É um conjunto de prédios antigos, sobrados e casarões, alguns residenciais, outros comerciais, vendendo produtos locais e curiosidades, além de diversos restaurantes e bares com pratos típicos a bons preços. Poucos falam inglês por aqui, assim prepare sua mímica. Escolhemos para almoço um pequeno e simpático restaurante com mesas na varanda. Claro que não havia menu em inglês, assim, a escolha dos nossos pratos foi feita apontando e gesticulando muito, mas acabou sendo deliciosa! 
Os gregos são atenciosos, e tem prazer em ajudar os turistas. Entre os pratos típicos estão sempre presentes as sopas, como a Sopa de Pimenta (Pipéri Soúpa), preparada também com vegetais e carnes. Aliás, por aqui, come-se muita carne, principalmente de carneiro. Entre os vegetais mais presentes na culinária estão alcachofra e berinjela, todos regados com muito azeite de oliva, por sinal puríssimo e delicioso. E, como seria de se esperar num país à beira mar, peixes e frutos do mar estão entre as presenças mais constantes nos cardápios.
Como curiosidade, percebemos também que em todo lugar, mesmo pelas ruas, se encontram daqueles espetos verticais que ficam girando sobre a brasa, e que, com muita propriedade, são conhecidos no Brasil como Churrasquinho Grego.
Se por acaso você em algum momento ficar cansado de história e mitologia volte para o século 21 indo até a praça Omonia. Cercada de altos e modernos prédios, hotéis e restaurantes, ela é o coração da Atenas moderna e empresarial. Desde restaurante fast food até lojas de música, informática eletrônica, tudo está aqui. Desde que passou a fazer parte do mercado comum europeu, a Grécia teve um desenvolvimento muito grande, e seu comércio tem de tudo para todos. Ao lado, vista da importante avenida Vassilissis Sofias.
Ao cair da noite, um programa muito agradável é ir a um dos restaurantes que servem comida típica, acompanhada de shows de dança e música regional. Geralmente os hotéis tem folhetos com pacotes oferecidos por operadoras turísticas, que oferecem o jantar, show e transporte de ida e volta, e este é um programa que recomendamos com entusiasmo. A Dança do Ventre faz sempre muito sucesso entre os turistas... principalmente entre aqueles que exageram nas doses de Krasí (o ótimo vinho local). Não deixe de experimentar, seja o tinto (kókino), branco (áspro) ou então uma boa cerveja (bíra).
Quem desejar visitar alguns dos restaurantes mais tradicionais, pode optar pelo Psaropoulos (rua Kalamoú 2), Vassilis (rua Voukourestílou 14A), Corfú (rua Kriezótou 6) e Gerofinikas (rua Pindárou 10). Mas como algumas mudanças sempre podem ocorrer, sugerimos que antes de ir você confirme na portaria de seu hotel se eles estão abertos na época de sua visita. 
Preferimos quase sempre explorar a cidade por conta própria, e de preferência caminhando ou tomando os transportes locais, pois assim pode-se conhecer muito mais sobre as pessoas e lugares do que através dos vidros de um ônibus turístico com ar condicionado. Mas mesmo que sua visita inclua o tradicional sightseeing motorizado, não deixe de tirar uma tarde para caminhar pelas ruas de Atenas por conta própria. 
No dia seguinte prossiga seu passeio conhecendo o Anfiteatro de Dionísio, ao sul da Acrópole. Suas enormes dimensões deixam bem claro como a freqüência era grande, o que não é surpresa quando lembramos da importância do teatro na cultura Helênica. Comportava 17 mil pessoas, e foi construído totalmente em mármore, entre os anos 342 e 326 antes de Cristo. Depois vá até o Ágora, antigo prédio que abrigava o mercado da cidade. Na prática, o Ágora Grego era o centro comercial, político e administrativo de Atenas, e ainda hoje as palavras de Sócrates parecem ecoar por aquele lugar. Fazem também parte do conjunto o Ágora Romano, o Templo de Hefestos, Templo de Apolo, Rota das Panatenéas, entre outros pontos. Toda área foi escavada por arqueólogos a partir de 1931, e mais recentemente, a partir de 1970, quando novas descobertas foram feitas. 
E se quiser um pouco de verde, vá dar uma caminhada no Parque Nacional. Situado ao sul do Parlamento, suas árvores, alamedas e fontes são um ótimo refúgio para os meses quentes do verão grego. 
À direita as ruínas do Olympieion, o Templo do Zeus Olímpico, construído em torno de 550 antes de Cristo. O templo media 30 por 60 e era local de adoração do principal deus grego. Quem aprecia objetos de arte deve ir também ao Museu Benaki onde está em exibição uma excelente coleção de peças européias e asiáticas, bem como trajes gregos típicos de várias regiões e épocas, e relíquias vindas do Egito e Mesopotâmia.
Quem procura por uma visita incomum deve ir ao Cerameikos, que serviu como cemitério da cidade entre o século 12 AC até o período Romano. Ele era também o bairro onde moravam os ceramistas da época, e exatamente por isto, hoje em dia aquele conhecido material é chamado de Cerâmica. O ponto central de Cerameikos é a Via Sacra, que ganhou este nome por ser o local das procissões que seguiam de Atenas até o Santuário dos Mistérios da Deusa Eleusis. 
 
Outro ponto interessante de Atenas são as Muralhas de Temístoles, construídas por ordem do próprio, no ano 480 AC, pois ele temia uma invasão dos Persas. Visite ainda o Areópago, localizado entre a Acrópole e o Ágora, onde funcionava a sede do supremo tribunal de Atenas. E quem gosta de espetáculos de som e luz talvez se interesse em assistir o show que acontece entre os meses de abril e outubro, em frente à Acrópole. Em nossa opinião, esse tipo de espetáculo seria melhor se tivesse uma duração mais reduzida, pois são poucos os shows de som e luz que conseguem prender a atenção da platéia depois dos 20 minutos iniciais. De qualquer forma, fica aqui a sugestão. Informe-se na portaria do seu hotel sobre os detalhes.
Para ver a cidade de cima, o melhor ponto para isto é da colina do Likavittós (pronuncia-se Licavitús, e significa Colina dos Lobos), com 277 metros de altitude, e de onde batemos esta foto. Repare que os prédios da cidade são todos brancos, praticamente da mesma altura, e o cenário é maravilhoso. A primeira parte da longa subida é feita por um plano inclinado escavado dentro da rocha. A segunda parte é a pé mesmo. Fomos até lá no mesmo dia em que chegamos à cidade, já ao cair da tarde, mas o esforço sem dúvida valeu a pena.
Esta é uma visita que você não pode nem sequer pensar em perder, a troca da guarda frente ao prédio do Parlamento. Estes homens são escolhidos a dedo, com cerca de 2 metros de altura. Seu uniforme inclui esta típica vestimenta com saiotes e tamancos com pompom, e durante 60 minutos eles ficam imóveis em suas guaritas. A cada hora, quando é feita a troca de guarda, tanto os que vão sair, como os que chegam, aproximam-se com passos enormes, batendo ruidosamente os tamancos no chão, elevando suas pernas até a horizontal e, entre outras piruetas, se equilibram em uma só perna e encostam as respectivas solas dos tamancos, e tudo sem perder a pose.
Quando se visita Atenas é impossível não ficar impressionado com sua arquitetura, e inevitável perguntar-se como uma civilização tão evoluída em termos de arte e conhecimento pode ter surgido há tantos séculos. Mais impressionante ainda é ver que até hoje somos influenciados pelas lições que esta civilização nos deixou, em campos tão diferentes do conhecimento. 
Esperamos algum dia poder voltar à cidade de Sócrates, Platão e Aristóteles, e se isto acontecer temos certeza que não será simplesmente mais um reencontro. Como dizem seus moradores, cada vez que se chega à Atenas é sempre a primeira vez.

 

ILHAS GREGAS

 
 
Como dizia um famoso poeta grego, "a Grécia fica no mar", Sua referência talvez deva-se à quantidade de ilhas que formam o que ficou popularmente conhecido como "Ilhas Gregas". Este conjunto é formado pelas ilhas do Golfo Sarônico, Golfo Argólico, Esporades, do Mar Egeu do Norte, Egeu do Este, de Creta, as Ilhas Cíclades, Ilhas do Dodecaneso e as Ilhas do mar Jônico. Ao todo são mais de três mil ilhas, das quais menos de duzentas são habitadas. Quase sempre ensolaradas, com temperaturas agradáveis, mares azuis em volta, as Ilhas Gregas desfrutam de um status privilegiado, quase equivalente ao portal do paraíso. Ir à Grécia e não tirar ao menos um dia para um passeio por algumas delas seria imperdoável.
 
O acesso às ilhas pode ser feito pelo mar ou pelo ar. Dezenas de embarcações tem linhas regulares ligando o continente às ilhas. Empresas de transporte regular e de turismo oferecem horários diversos, seja em embarcações tradicionais, rápidas, básicas ou luxuosas, para atender a moradores locais e aos turistas. Empresas aéreas também oferecem vôos regulares para as ilhas maiores, a mais rápida opção para quem não tem tempo a perder e não se importa de pagar um pouco mais
 
 

 Quase todas excursões zarpam do porto de Pireu, junto à Atenas. Há passeios com vários dias de duração, percorrendo ilhas mais distantes, até passeios de apenas um dia, onde são incluídas apenas as ilhas mais próximas. 

 

As ilhas são famosas não tanto pelo verde, já que a maior parte do terreno por aqui é árida, mas em compensação sim pelo sol durante a maior parte do ano e por suas belas praias. Outra característica marcante das ilhas são suas construções, onde a cor branca predomina, e que forma um contraste cinematográfico com o azul do céu e do mar. Lá estão cidades, pequenas vilas, construções fortificadas, estreitas vielas, moinhos, igrejas, centenas de monumentos históricos deixados pelas antigas civilizações, vinhedos e oliveiras, que fazem do conjunto um convite irresistível e as transformam no local ideal para relaxar e esquecer dos problemas. Não a toa, além de seus moradores, são freqüentadas por orientais e ocidentais, anônimos e celebridades, milionários e principalmente multidões de turistas, que de todos os cantos do mundo vem para cá.
Na antiguidade, a maior parte das ilhas gregas fazia parte de uma confederação com Atenas. Elas pagavam um tributo à cidade, e em troca eram protegidas contra ataques inimigos, principalmente dos Persas. Mykonos é uma das ilhas mais procuradas e badaladas, e ao mesmo tempo, uma das mais caras, fazendo parte do grupo de ilhas Cíclades, situadas entre o mar Egeu o Mar de Creta. É a ilha favorita de quem gosta de dança, música e vida noturna, e por isso pouco indicada para quem quer sossego. Suas melhores praias são Paradise, Agrari e Elia. Outra particularidade de Mykonos é sua fama de capital gay da Grécia. 
A ilha de Rodes faz parte do grupo de ilhas do Dodecaneso, ao norte do Mar Egeu, e próximas do território Turco. Ao todo esta região tem cerca de duzentas ilhas, algumas bem pequenas e outras com monumentos históricos deixados pelas civilizações Helênicas, e que havendo possibilidade, merecem ser visitados. Além disto, a ilha também oferece vistas magníficas e belos litorais, assim como uma profusão de igrejas, castelos e as típicas construções e estreitas vielas de sempre. Um de seus mais famosos atrativos é sua cidade medieval, construída no ano 408 AC pelo arquiteto Hippodamos, e considerada como a maior cidade medieval não habitada do mundo. Ao lado, o conhecido monumento localizado na entrada do porto de Mandraki, na ilha de Rodes.
O ponto turístico mais importante de Mykonos é a Igreja da Virgem Paraportiani, destaque entre as quatrocentas outras igrejas da ilha. Ao sul da ilha está "Veneza", um bairro com casas de madeira construído quase dentro do mar,e ao norte situa-se Palaiokastro, onde ainda pode-se encontrar vestígios da fortificação e convento construídos no século 17. Adeptos do nudismo vão ficar à vontade na praia Super Paradise, já que ela é específica para esta prática. 
A ilha de Hydra, por ser uma das mais próximas de Atenas é também uma das mais movimentadas, e seu porto, com iates enormes, dá uma prova do nível de seus freqüentadores. Hydra pertence ao grupo de ilhas do Golfo Sarônico e dentre todas, é a que possui um ambiente mais cosmopolita.
Entre suas principais atrações estão o Monastério da Santa Trindade, situado na baía de Mandraki, a três quilômetros do porto, e na parte mais elevada da ilha também é interessante visitar os mosteiros de São Elias e Santa Eufrásia, ambos construídos por volta de 1800. As melhores praias de Hydra são Mandraki, Kaminia, Vlychos, Molos e Bisti, sendo que, por ficarem em locais desprovidos de estradas, o acesso a elas é feito somente por barcos.
A parte mais movimentada da ilha está na cidade de Rodes, formada por dois bairros, Bairro dos Cavaleiros, com prédios e palácios que remetem ao período das Cruzadas, e o bairro de Hora, este influenciado pelo império Otomano, local da mesquita Suleyman, construída no século 16. Quem quiser ver mais da ilha deve ir até Lindos, situada a pouco mais de quarenta quilômetros da capital, onde foi erguido o templo em homenagem à deusa Atenas.
Lesbos ou Mytilene é outra ilha bastantes lembrada. Situada no leste do mar Egeu, é a terceira maior das ilhas gregas, só perdendo para Creta e Euboia. O litoral dessa ilha costuma encantar seus visitantes, com uma profusão de áreas verdes, grutas à beira mar, fontes térmicas e dezenas de monumentos históricos. Poucos quilômetros ao norte de sua capital, Mytilene, pode-se ver as ruínas do aqueduto romano construído no século 2. Também desse mesmo grupo de ilhas, figura Chios, quase encostada no litoral da Turquia.
Uma das características mais marcante destas vilas é a pintura de cor branca, por causa do calor, e suas ruazinhas estreitas que saem serpenteando por entre as casas, nos dando a sensação de nunca saber exatamente aonde vamos chegar. Não deixe de explorar estes labirintos, e descobrir as pequenas lojinhas, ou residências típicas que surgem em cada recanto.
Esta ilha era habitada deste tempos pré-históricos, e durante o século 8AC aqui desenvolveu-se uma das mais importantes civilizações da época. A ilha foi invadida pelos Persas, depois uniu-se à Confederação Helênica liderada por Atenas, e acabou sendo dominada pela Macedônia. Ao sul de Chios ainda existe um grande número de cidades medievais dos séculos 14 e15. Apesar de terem sido danificadas no terremoto de 1881, muitas estão razoavelmente conservadas, como Pyrgi e Mesta
Karpatos é a segunda maior ilha do Dodecaneso, situada entre Rodes e Creta. Ao contrário da maioria das ilhas desta área, as construções predominantes em Karpatos são modernas, construídas por imigrantes vindos da America, e por isso fogem bastante do estilo grego. O mais interessante na ilha fica fora da cidade, em Arkasa, onde podem ser visitadas as ruínas da muralha que cercava a cidade histórica de Arkesia. Outra localidade, Volada, dez km ao norte de Carpatos tem casas com arquitetura tradicional, e percorrendo suas encostas, encontramos os tradicionais moinhos de vento, tão freqüentes na região. Já a ilha de Kos, do mesmo grupo, é famosa por sua grande quantidade de tesouros arqueológicos, romanos e gregos. 
Santorini é também outro nome muito lembrado por aqui. Conhecida ainda como Thira ou Thera, sua topografia é bem diferente de quase todas outras. A razão para isto é que o terreno é resultante da atividade vulcânica que há muito aconteceu nesta área. O que isto sugere de assustador tem também de bonito, já que as encostas e paredões sobre as quais foram construídas as tradicionais residências brancas, assumem aspecto desafiador inconfundível. Com 69 quilômetros de costa esta é uma das ilhas mais visitadas por turistas, principalmente no verão, quando luxuosos navios e iates chegam as dezenas.
O melhor lugar para se aprender um pouco sobre as civilizações que habitaram Santorini é no Museu Pré-Histórico, onde estão em exposição objetos da antiga cidade de Akrotiri, destruída no ano 1650 AC por uma erupção vulcânica. Aliás, é difícil não perceber que estamos numa ilha vulcânica, basta olhar em volta para as areias e rochedos negros, indícios claros de lava petrificada. Também convém saber que, embora o vulcão esteja adormecido, volta e meia ainda é possível sentir alguns leves tremores, e alguns especialistas alertam que a qualquer momento seria possível ocorrer uma nova erupção. Cruzeiros mais longos são feitos em confortáveis navios, sendo que muitos deles apresentam shows a bordo, com música, danças típicas e aqueles dançarinos de dois metros de altura vestindo suas tradicionais roupas coloridas. Esteja preparada, porque quase sempre algumas turistas são convocadas para participar da dança, e tem que rodopiar com os bailarinos. Eu fui!
Symi é outra das famosas ilhas do Dodecaneso. Situada a menos de trinta quilômetros de Rodes, e quase encostada em continente asiático, no território Turco. Sua cidade mais importante também chama-se Symi, dividida em duas partes: Ano Symi, (mais conhecida pelos habitantes como Chora) e Kato Polis. Quase todas suas casas são antigas, do século 19, ou até anteriores. Esta é uma ilha com grande tradição na arte de entalhamento de madeira e carpintaria, e no passado estas foram as principais fontes de sustento de sua população.
Um de locais mais visitados de Symi é seu museu, onde encontram-se muitas esculturas e inscrições dos períodos Bizantino, Helênico e Romano. Visite também o castelo dos Cavaleiros, situado no alto de um morro e dominando toda a cidade. Fora da cidade, o local mais interessante para ser visitado é o Mosteiro Taxiarch Miguel Panormitis, dedicado ao santo patrono da ilha. Ele foi construído no início do século 18, e acesso até lá é feito com as embarcações que partem de Symi e de Rodes.
 
Muito interessante é a forma como o ambiente muda de uma ilha para outra. Se em algumas ilhas a calma é total, em outras o movimento é super intenso, com comércio, bares e restaurantes em frente ao mar, e muita gente andando por todo lado. Pode-se escolher qual delas visitar em função do que se prefere fazer. Claro que um roteiro personalizado é bem mais caro e necessita mais tempo, coisas que nem todos possuem. Assim, a melhor forma de ter uma boa idéia das ilhas é escolher a duração de seu roteiro marítimo. Existem roteiros de um dia, três dias, uma semana e até mais.
Um local de destaque na ilha de Kos é seu castelo do século 14, situado no centro da principal cidade, também chamada Kos. Fora da cidade, o maior atrativo da ilha são as ruínas de Asklipion, templo erigido em homenagem ao deus Asclepion, que na mitologia grega era o responsável pela cura de enfermidades. Exatamente neste local, Hipócrates, considerado pai da medicina, exercia a função de mestre de uma escola de enfermagem. Não custa lembrar que ele nasceu nessa mesma ilha de Kos.
 
De volta às ilhas Cíclades devem ser lembradas também Paros, de onde saiu o mármore para esculpir a famosa Vênus de Milo. Sua capital, Parikia, está rodeada de simpáticas residências, igrejas e moinhos. Entre os pontos turísticos mais visitados está o castelo de Kastro, no ponto mais elevado da cidade. Veja também a igreja Panagia Ekatontapyliani, construída no ano 325. Já a ilha vizinha, Antiparos, é um pouco menos agitada que a primeira, e aqui destacamos uma visita à sua bela caverna e às praias de Molos, Sifnikos e Yalos.
As ilhas Jônicas estão situadas à esquerda do continente, são doze ao todo, sendo as principais Corfu, Paxoi, Lefkada, Meganisi, Cephallonia, Ithaka e Kytera, todas com forte influência italiana, devido à proximidade deste país. A influência da dominação inglesa também pode ser sentida em alguns pontos. Korfu, é a situada mais ao norte do grupo, perto da costa com a Albânia. A ilha é dominada por duas montanhas e durante o verão costuma estar abarrotada de turistas. A maior cidade da ilha também chama-se Korfu, e entre seus pontos recomendados está a Cidade Velha, região com antigos sobrados, palacetes, igrejas bizantinas, e duas belas fortalezas.
Ao fim de nosso roteiro marítimo pelas ilhas gregas, desembarcando no porto de Pireu, a sensação que tínhamos é que não vimos nem um centésimo de todas as belezas e tesouros históricos que lá estão. Resta o consolo de poder, quem sabe, programar uma nova visita algum dia, e conhecer mais um pouco daqueles encantos escondidos pelo tempo e pelo mar.